O ÚLTIMO BRINDE - Anna Akhmatova

27/03/1934



Bebo à casa arruinada,

às dores da minha vida,

à solidão, lado a lado

e a ti também eu bebo –

aos lábios que me mentiram,

ao frio mortal no olhar,

ao mundo rude e brutal

e a Deus que não nos salvou

Um comentário:

  1. Brindemos pois a historia, que ao longo do caminho, perdeu-se,
    se faça de vestes a memória, dos dias que enfim esqueces-tes;
    se cubra de cores o luto, pelos dias de lutas inglorias,
    aos herois de batalhas perdidas brindemos, pois serão eles os guias,
    a nos conduzir pelas ermos caminhos sombrios sem luz,
    desfeito do amor e da vida, sem alento pra ti ou para os teus.
    brindemos a deus, a louvar,
    a nós que não nos pode salvar.
    Ainda acordo em brumas, envolto de névoas e sussurros,
    E em alguns dias chuvosos e cinzentos, olho no espelho e não me reconheço,
    procuro em nao me encontro em parte alguma de mim...

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